À Andresa Cardoso
detrás da renda branca,
brinca de ser menina.
brinda com poesia
em movimento
na estática fotografia.
as cores se escondem
em forma de silhueta
sinuosa.
detrás da renda branca,
a poesia se alitera, fadada à
imperfeições
que transfiguram qualquer lógica feminina.
em madrugadas regadas à
introspecção em poesia,
toda a vida se apresenta em emaranhados
brancos
e pequenas frestas convidativas.
o sino anuncia
meia-noite e ela ainda está nua.
ela: a menina por
detrás da renda branca,
transpassando o
conceito do pronome
e deixando nos lábios
do poeta
qualquer coisa próxima
ao sabor da maçã.