6.8.15

POEMA SINUOSO

À Andresa Cardoso

detrás da renda branca,
         brinca de ser menina.
  brinda com poesia
            em movimento
       na estática fotografia.

as cores se escondem
em forma de silhueta sinuosa.

detrás da renda branca,
       a poesia se alitera, fadada à imperfeições
  que transfiguram qualquer lógica feminina.

em madrugadas regadas à introspecção em poesia,
   toda a vida se apresenta em emaranhados brancos
               e pequenas frestas convidativas.

o sino anuncia meia-noite e ela ainda está nua.
ela: a menina por detrás da renda branca,
transpassando o conceito do pronome
e deixando nos lábios do poeta
qualquer coisa próxima ao sabor da maçã.