À Juliana Campos
agosto quase desponta
no horizonte
e chove na capital das minas gerais.
a raridade das águas no céu nessa época do
ano
condiz com sua presença
pernambucana,
conduz sua rara visita
aos caminhos onde o poeta
percorre a fim de lavar a alma banhada
no belo.
hospedar-se na esquina
de santa rita durão
com a rua pernambuco
foi sua maneira de
emendar as raízes que tem com
a terra natal, vitória de santo
antão.
quando bebe água da
serra do curral
na concha da mãos, tenho a certeza da
veracidade
das palavras de
quintana quando fala da não existência
de nada mais puro no mundo do que esse gesto.
mas basta a água escorrer pelos seus braços,
cotovelos e pernas,
fazendo-a rir o riso de dó a si,
para perceber que
existe sim algo mais puro no mundo.
por um momento, vivi tal pureza em
mim.