5.8.15

ÁGUAS DE QUASE AGOSTO

À Juliana Campos

agosto quase desponta no horizonte
          e chove na capital das minas gerais.
    a raridade das águas no céu nessa época do ano
                    condiz com sua presença pernambucana,
conduz sua rara visita aos caminhos onde o poeta
        percorre a fim de lavar a alma banhada no belo.

hospedar-se na esquina de santa rita durão
com a rua pernambuco
foi sua maneira de emendar as raízes que tem com
           a terra natal, vitória de santo antão.

quando bebe água da serra do curral
   na concha da mãos, tenho a certeza da veracidade
das palavras de quintana quando fala da não existência
      de nada mais puro no mundo do que esse gesto.

             mas basta a água escorrer pelos seus braços,
cotovelos e pernas, fazendo-a rir o riso de dó a si,
para perceber que existe sim algo mais puro no mundo.

        por um momento, vivi tal pureza em mim.