27.7.15

O BARBEIRO DA RUA TIMBIRAS


no barbeiro da rua timbiras
aparo entraves líricos em único golpe
de navalha, entre a vida e a morte,
como versos do soneto que se perdeu.

peitos e bundas saltam das revistas
em reverência ao macho alfa e teus pecados
repreendidos pela igreja da boa viagem
do outro lado da rua - lar dos viciados.

se não há mais fígaro nem sevilha,
louvemos o deslize, a boca cheia de espuma
daqueles que se enchem de raiva e pedra.

abençoado seja joão sem sobrenome,
cujo antigo ofício de barbeiro proporciona
ao poeta libertar-se do peso da barba, cabelo
e das palavras em anarquia sobre teus ombros.