28.7.15

MERDA POMBAL


o busto do homem de barba esculpido
na praça da liberdade não corresponde mais
a um nome talhado em placa de bronze
levada pelos vândalos da madrugada.

homem taciturno,
libertou-se de teu passado de alteza
imperial precoce ainda que tarde,
ainda que algumas memórias
         apontem e soletrem
                  cada nome de batismo.

honrarias internacionais
para as pombas despejarem
dejetos em tua cabeça
tão logo rompe a manhã.

bem sei que não
informaram-te antes, seu pedro,
mas a estaticidade da vida após a morte
é mesmo uma merda pombal.