caminho pela rua professor morais
em busca da perdida
esperança de outrora,
mas só me resta o pesar
de teu enterro
debaixo dos pés dos
transeuntes.
sete palmos me separam
do passado,
do córrego acaba mundo
enjaulado enquanto
bestas mastigam
cachorros-quentes com
teus dentes remendados
pelos dentistas.
a velha casa da maria
das tranças
espia meus passos
largos e me enrola
em teus cabelos para
dentro do passado.
repouso o livro
da peste de albert
camus
sobre a mesa ao lado
do frango ao molho
pardo.
do lado de fora,
ratos devoram a
esperança.