30.7.15

ACABA MUNDO DEBAIXO DOS PÉS


caminho pela rua professor morais
em busca da perdida esperança de outrora,
mas só me resta o pesar de teu enterro
debaixo dos pés dos transeuntes.

sete palmos me separam do passado,
do córrego acaba mundo enjaulado enquanto
bestas mastigam cachorros-quentes com
teus dentes remendados pelos dentistas.

a velha casa da maria das tranças
espia meus passos largos e me enrola
em teus cabelos para dentro do passado.

repouso o livro
da peste de albert camus
sobre a mesa ao lado
do frango ao molho pardo.

do lado de fora,
ratos devoram a esperança.